Luis Horta e Costa: O Segredo do Sucesso Turístico de Portugal e o Futuro Incerto do RNH
Luis Horta e Costa, especialista em imobiliário e cofundador da Square View, uma empresa de desenvolvimento imobiliário e gestão de ativos em Lisboa, compartilha sua visão sobre os fatores que transformaram Portugal em um destino turístico de renome mundial e expressa preocupação com o futuro do programa fiscal para Residentes Não Habituais (RNH).
Segundo Horta e Costa, o sucesso de Portugal no setor do turismo pode ser atribuído a uma combinação de fatores, desde o clima agradável e as belas praias até a rica cultura e a hospitalidade calorosa do povo português. “Portugal é atrativo pelas pessoas, pelo custo de vida, pela segurança e pelo clima”, afirma Luis Horta e Costa. A simpatia dos nativos e a segurança do país têm atraído visitantes e expatriados de todas as origens, criando um ambiente diversificado e acolhedor.
Além disso, Portugal oferece uma variedade de experiências únicas, desde as vibrantes cidades de Lisboa e Porto até as encantadoras aldeias do interior, como Melides, na região vinícola do Alentejo. “Melides é um sítio fantástico. Acho lindo”, comenta Horta e Costa, que mantém uma casa de férias na aldeia há quase três décadas.
No entanto, Luis Horta e Costa alerta para os riscos associados ao possível fim do programa RNH, previsto para 2024. Criado em 2009, durante a crise financeira global, o RNH tem sido um importante motor de investimento estrangeiro e crescimento económico em Portugal, oferecendo benefícios fiscais substanciais a estrangeiros ricos e investidores experientes.
“O fim do RNH não só irá prejudicar a economia portuguesa, como também tornará Portugal menos poderoso a nível global”, adverte Horta e Costa. Países vizinhos, como a Espanha, estão desenvolvendo programas semelhantes, o que pode torná-los mais atrativos para investidores estrangeiros. “Países como Malta e Chipre são excelentes exemplos dos benefícios deste tipo de regimes fiscais. Portugal arrisca-se a ficar para trás se puser fim ao RNH”, acrescenta.
Luis Horta e Costa destaca o impacto do RNH no mercado imobiliário de luxo em Portugal, que registou um aumento da procura em Lisboa e no Porto. Além disso, os investimentos estrangeiros impulsionaram o crescimento do setor tecnológico no país, atraindo conferências internacionais e consolidando a reputação de Portugal no cenário global.
“A essência do RNH não residia apenas nas suas vantagens financeiras, mas na mensagem que enviava ao mundo: que Portugal é um país aberto, acolhedor e virado para o futuro”, afirma Luis Horta e Costa. “A sua eventual conclusão poderá não só alterar a dinâmica financeira, mas também a própria narrativa que Portugal construiu para si próprio na cena mundial.”
Enquanto o futuro do RNH permanece incerto, uma coisa é clara: Portugal continuará a ser um destino atraente para turistas e investidores, graças à sua beleza natural, riqueza cultural e estilo de vida cativante. Cabe aos líderes políticos encontrarem um equilíbrio entre a atração de investimentos estrangeiros e a sustentabilidade económica a longo prazo, garantindo que Portugal mantenha seu status como um destino de eleição e um polo de oportunidades e crescimento.